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18 de abril de 2017

ONDINAS – RELATOS DE CLARIVIDÊNCIA POR GEOFFREY HODSON



As ondinas pertencem ao elemento sutil da água e, até onde vai minha experiência, nunca são encontradas muito afastadas do oceano, lago, rio córrego e cascata. É definitivamente feminina na forma e está despida; usualmente não tem asas e raramente usa qualquer espécie de adorno. Suas formas, sejam diminutas ou da estatura humana, são de arrebatadora beleza, e seus movimentos são cheios de graça. A cascata é um de seus locais favoritos, e lá é vista divertindo-se, muitas vezes, com um grupo de espíritos das águas e desfrutando ao máximo as forças magnéticas da cascata.

Aparentemente, há períodos em que a Ondina se afasta da intensa vida exterior na qual é observada com mais frequência, e experimenta um período de calma e repouso sob as profundidades quietas e frias dos poços sob as quedas d'água ou nos sossegados ermos dos rios, bem como em lagos e pauis. Esta vida tranquila debaixo da água está em contraste marcante com a intensa atividade e alegria que ela manifesta por entre a água corrente e os borrifos iluminados pelo sol.

Os três processos fundamentais da Natureza — absorção, assimilação e liberação — são plenamente expressos na vida exterior da ondina; com efeito, pode-se dizer que essa vida consiste de uma contínua repetição desses três processos.

Equilibrada no meio da espuma pulverizada pelo vento ou no centro da torrente caindo impetuosa, ela absorve gradualmente a energia vital da luz solar e o magnetismo da queda d'água. Ao ser atingido o limite de absorção, num deslumbrante jato de luz e cor, ela libera a energia em excesso. Nesse momento mágico de liberação, ela experimenta um êxtase e exaltação superiores a tudo o que é normalmente possível aos meros mortais prisioneiros da carne. A expressão do rosto e particularmente dos olhos é de uma beleza indescritível. O semblante exprime alegria arrebatadora e um sentimento de vitalidade e poder exaltados, ao passo que os olhos luzem com deslumbrante brilho. O comportamento geral, a forma perfeita e o brilhante esplendor da radiação áurica, combinam-se para formar uma visão de arrebatador encanto. Esta condição é imediatamente seguida por um sonho prazeroso, em que a consciência é em grande parte retirada do mundo físico e de sua contraparte etérica, e centralizada no mundo astral. O corpo etérico da ondina torna-se vago e indistinto durante esse tempo, até que, havendo desfrutado e assimilado totalmente a experiência, reaparece e o triplo processo se repete. Depois de algum tempo, ela volta à quietude das águas profundas.

Ondinas em uma Cascata




Estas fadas da água se assemelham a graciosas mocinhas; estão inteiramente despidas e provavelmente têm uma altura de 20 a 30 centímetros. Seu "cabelo" comprido flutua atrás delas, que usam em suas testas um adorno semelhante a uma grinalda de pequeninas luminosidades. Elas brincam dentro e fora da cascata, atravessando-a rapidamente em diferentes direções, gritando o tempo todo em tons agrestes e extraterrenos. A voz é infinitamente remota e me chega muito debilmente, semelhante a um grito de pastor através de um vale alpino. É um som vocálico complexo, porém ainda agora não posso determinar com facilidade a série de vogais que o compõem.

As ondinas podem tanto subir como descer a cascata contra a corrente como permanecer imóveis dentro dela, porém geralmente brincam e cintilam através dela. Quando uma nuvem deixa de interceptar o sol e a cascata volta a ser brilhantemente iluminada, parecem experimentar maior alegria; o tempo de seus movimentos se acelera e seus cantos se tornam mais desembaraçados. Posso apresentar o mais aproximadamente possível o seu canto pelos grupos vocálicos, ii, au, iu, ei, ai, num longo e plangente tom que termina como uma cadência súplice.

Há entre oito e doze ondinas de tamanhos diversos brincando nesta cascata, a mais alta medindo cerca de 30 centímetros. Algumas possuem auras róseas, outras verdes pálidas e o contato mais estreito que agora consigo, mostra-me quão belas criaturas são, e ao mesmo tempo quão remotas estão da família humana. Seus corpos etéricos entram e saem das grandes rochas ao lado da cascata, sem sentir empecilho algum. Sou completamente incapaz de atrair sua atenção ou de influenciá-las de qualquer maneira. Algumas delas passam por baixo da água na poça junto à cascata e ocasionalmente aparecem em meio da água espumante. A grinalda, já mencionada, é luminosa e aparentemente faz parte de suas auras.

Espíritos do Lago


Em diversas partes da superfície do Lago Thilmere, que se encontra abaixo de nós, veem-se inúmeros espíritos da natureza do elemento água, deslizando-se velozmente sobre a superfície, geralmente a uma altura de cerca de dois metros e meio ou pouco menos, porém algumas vezes elevando-se muito mais.

Ainda que usualmente permaneçam sobre a água, ocasionalmente sobrevoam os campos. Lembram de alguma forma enormes pássaros voando à grande velocidade. A esta distância não posso distinguir qualquer forma nítida, porque eles assumem e desfazem com grande rapidez muitas formas diferentes, semelhantes às de pássaros. Há uma sugestão permanente do desenvolvimento da aura em forma de asa, e às vezes a aparência de um rosto e cabeça humanos.


Fonte: Livro O Reino dos Deuses – Geoffrey Hodson. EDITORA PENSAMENTO - São Paulo.

Título do original inglês: The Kingdom of the Gods - Theosophical Publishing House, Adyar, Madras 6000 20, Índia.

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Lembrando que, há diversas “espécies” de Ondinas, de acordo com a região em que vivem, a postagem acima refere-se ao tipo mais comum de Elementais da Água.

Bênçãos e Luz!

Namastê!


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