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28 de julho de 2017

DEVA DOS PINHEIROS, GNOMOS, E ELFOS DA FLORESTA – RELATO



Numa floresta perto de Celigny, Gênova.
Sexta-feira, 13 de junho de 1924.

Enquanto eu contemplava as fadas e os gnomos que proliferam neste lugar, um deva da floresta surgiu na margem oposta da clareira. Ele possui uma ligação especial com o pinheiros, entre os quais ele se posta. É interessante notar que, enquanto eu o estudava, um grupo de silfos passou por sobre o topo das árvores. O deva olhou para cima e em seguida nos olhou de esguelha, como a indagar se os tínhamos avistado. Ele se sente muito à vontade entre as árvores, como se fosse o seu proprietário, sendo que, na sua vestimenta – ou melhor, naquelas porções de sua aura que se assemelham a um traje - observam-se franjas e trançados como aqueles que pendem dos pinheiros. Sobre a cabeça, há um leque muito brilhante de cores luminosas, que, combinadas com as franjas, dão-lhe um aspecto de índio norte-americano, com seu cocar de penas e suas roupas esfiapadas.*

Tenho certeza de que ele se acha neste lugar desde tempos imemoriais, quando tudo era inóspito e inabitado. Ele parece ser bastante comunicativo e demonstrar uma atitude de maior familiaridade com os homens do que a maioria dos devas. Parece ser uma característica especial desta região o fato de o reino dos homens e o reino dos devas se apresentarem tão intimamente ligados: sinto que os devas não são tão remotos e que a comunicação é mais fácil.

Ele está me mostrando  um pouco do seu método de trabalho. Possui a faculdade de expandir consideravelmente a sua aura, de modo a abarcar um grande número de árvores. Ele se coloca junto delas, absorve, por meio de um processo bastante parecido com o da inalação, uma determinada quantidade de energia natural, concentrando a sua aura em torno do grupo de árvores sobre o qual pretende agir, para então liberar a sua energia com um efeito altamente estimulante, o que tem como resultado o aceleramento do ritmo de atividade dos espíritos da Natureza, estimulando e incrementando o progresso da consciência incorporada às árvores (esse estímulo parece provocar uma resposta das tríades monádicas através dos átomos permanentes).

Quando se desloca pelo espaço, ele dispõe as suas forças áuricas de modo a que elas se dobrem, por assim dizer, às suas costas, provavelmente a fim de que elas ofereçam o mínimo de resistência à liberdade de seus movimentos. Quando ele se acha em repouso, a sua aura volta aos poucos a ocupar a sua posição normal, e então tem-se a nítida impressão de grandes asas. Tais asas áuricas não são usadas para o voo; a sua configuração resulta antes da maneira pela qual ele dispõe as correntes de força que vibram através de sua aura.

Ele retorna, agora, da floresta, acompanhado por um belo espírito da Natureza, semelhante a uma encantadora jovem, com roupagens alvas e finas, através das quais se entrevê as suas formas. Ela surgiu da floresta a um chamado seu, feito com a mão esquerda estendida, e flutuou graciosamente pelo ar em sua direção, segurando-lhe a mão com indisfarçável alegria, mas também com alguma submissão. Existe, sem dúvida, uma certa afeição entre eles, sugerindo um relacionamento humano de pai e filha, mas contendo também algo de companheirismo. Ela mantém ligação com uma das árvores; alguma porção da constituição psíquica da árvore penetra nela, e essa ligação se mantém durante o tempo da separação. Tão logo foi liberada pelo deva, imediatamente retornou à aura de isolamento magnético proporcionada pela árvore. Suponho que se trate de um espírito da árvore.

Existe neste lugar uma espécie peculiar de gnomos que flutuam pelos arredores com suas longas pernas informes roçando a relva; sua cor é marrom-escura, e seu corpo homogêneo é de textura esponjosa. Os braços terminam numa espécie de punhos cerrados e seus pés em pontas. O rosto é escuro, de cor marrom, e suas vibrações são todas elas um tanto estranhas e sobrenaturais. Uma pessoa sensível, aproximando-se do lugar durante a noite, seria capaz de senti-las.

Nas raízes das árvores, existe também uma interessante variedade de elfos da floresta, um grupo dos quais nos contempla com indisfarçável curiosidade a cerca de vinte metros (20m) à nossa esquerda. Possuem grandes cabeças com orelhas longas e pontudas que se projetam para os lados. Os corpos são muito pequenos para o tamanho da cabeça, e sua expressão revela uma mentalidade bastante inferior na escala de evolução. Eles correm e se divertem por entre as folhas mortas, reunindo-se às vezes para formar como que um anel e, de mãos dadas, rodear uma árvore ou um grupo de árvores, executando uma curiosa dança. Parecem habitar as raízes das árvores, pois é delas que os vejo surgir ao nível do chão, como alguém que transpusesse a soleira de uma porta.


*Parece razoável supor-se que os cocares de penas pintadas usados pelos índios são copiados das auras dos espíritos da Natureza, com os quais eles se assemelham.



Nateby, Lancashire. 1º de setembro de 1922.

Este é um bosque pequeno e comprido, formado por olmos e freixos bem desenvolvidos, com cerca de meio acre de extensão. Ele se distingue dos estudados até aqui pelo fato de ser habitado por um único espírito da Natureza, cujos métodos de trabalho são também, por sua vez, incomuns. Trata-se de um deva consideravelmente desenvolvido e que atua sobre o bosque de um ponto no espaço situado a cerca de 90 metros acima do topo das árvores.

Embora assexuado, a sua figura é positivamente masculina. Suas cores principais são o carmim vivo e o dourado; o rosto é singularmente belo, os olhos brilhantes e misteriosos; abaixo dos ombros, a figura se torna indefinida em meio ao forte influxo da aura, que abarca todo o bosque, encerrando-o num confinamento áurico. Aí observa-se um fluxo dirigido verticalmente para o alto e que parte do centro da aura do deva; psiquicamente, o todo parece maciço, sendo o espaço interior do envoltório áurico inteiramente preenchido por finas linhas de força.

O deva permanece um tanto imóvel e, a julgar pela expressão de seus olhos, extremamente vigilante e atento. Às vezes com um movimento dos braços, ele direciona os fluxos de energia; a figura, no seu todo, constitui uma das visões mais belas que já me foram dadas presenciar.

A aura do deva propriamente dita configura uma maravilhosa forma ovóide, com matizes brilhantes, predominando os matizes das cores já mencionadas, e que alcança uma altura de algumas centenas de metros: ela resplandece e cintila como uma Aurora borealis, enquanto a sua porção inferior, que abarca a floresta, desfaz-se em graciosas curvas e possui uma cor carmim, acrescida de finos pigmentos ou centelhas douradas em volta dos fluxos.

Suas dimensões são um dado de interesse: a sua altura, do nível do chão ao ponto mais elevado da aura, é de cerca de 45 metros, sendo que a copa da floresta possui aproximadamente a extensão de 16 x 27 metros.


Fonte: Livro O Reino dos Devas e dos Espíritos da Natureza – Geoffrey Hodson. Editora Pensamento.
Tradução do livro: Hugo Mader.

Bênçãos!
Namastê!




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