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15 de dezembro de 2017

RELATO - "BROWNIES" EM UMA FLORESTA DE ABETOS EM OMMEN (EUROPA)




Floresta Eerde. Campo da Estrela

27 de julho de 1926


Na noite passada, depois dos "fogos campestres", caminhamos para fora do campo e penetramos bastante na mata de pinheiros. O sol estava se pondo em um esplendor carmesim que incandescia as nuvens e brilhava através das escuras ramagens do arvoredo. A sensação da presença do Senhor, que havia sido tão real durante todo o dia, atingiu sua culminação em torno dos fogos campestres, e o canto final dos mantras induziu um estado de repouso em nossos corpos, dando-nos tranqüilidade de alma.

Chegamos a uma colina coberta de abetos, a qual escalamos, e, sentados no topo, contemplamos à frente os escuros recessos da mata.

A influência do evento no campo se espalhava longe em toda a região, e parecia que nesta curta distância os espíritos da natureza estavam compartilhando de nossa felicidade. Havia uma atmosfera de felicidade e gentileza neles, como se o espírito do amor universal houvesse, por algum tempo, afinado sua natureza e a tornado mais do que o usual responsiva aos sentimentos humanos de afeto. Os olhos dos silfos não brilhavam tão impetuosos, os gnomos e brownies pareciam menos espectrais e de outro mundo, e nenhum deles fugia ou se escondia à nossa aproximação. Nossas auras estavam fulgindo com o poder e a bênção que embebe o campo em que vivemos, dormimos, meditamos, comemos, brincamos e trabalhamos. Talvez, sendo elevados pela Sua presença acima de nossos eus habituais, mais pertos de nosso verdadeiro ser, também tivéssemos sido mais aproximados destes habitantes das matas, destes membros das hostes dévicas, pois enquanto sentávamos silenciosos, cada um vivendo no mundo de seus próprios sonhos felizes, o mundo do êxtase e da felicidade supremos, no qual nosso Senhor continuamente nos eleva, muitas ordens de espíritos da
natureza se aproximaram.

As matas em torno contêm uma tribo de brownies de roupas brancas e marrons. Eles têm cerca de 15 a 20 cm de altura, uma figura gorda e atarracada, com rostos muito barbudos, com jaquetas brancas e calções, meias e botinas marrons, sendo a cor do barrete pontudo a única variação, passando pelas várias cores do espectro. Estes simpaticamente sérios companheiros ficavam no vão debaixo de nós ocasionalmente olhando para cima como se discutindo entre si a nosso respeito; aos poucos alguns caminharam para nós, com um curioso movimento oscilante de seus corpos. Ao chegarem mais perto, sentiram a influência da Estrela acima de
nós, e se banharam em nossas auras.

Um dos membros de nosso grupo possui um anel que foi fortemente magnetizado e ligado a um dos Irmãos Maiores, e ela estendeu suas mãos convidando que se aproximassem os espíritos da natureza, e o poder do anel se irradiou para baixo aos seus pés, envolvendo um dos brownies que havia se aproximado mais que os outros; de início ele sentiu um nítido choque e retirou-se da corrente, e desvaneceu-se parcialmente do mundo etérico para dentro do astral, tornando-se vaga e indistinta sua forma etérica; quando ele se recuperou, percebeu que, excetuando o choque inicial, a experiência havia sido nitidamente agradável, estimulando-o e dando-lhe uma sensação de expansão e de vitalidade aumentada. Então ele reassumiu sua forma brownie, andou para dentro da corrente de força e passou a se deleitar em uma "ducha", movendo-se dentro da área de influência do anel, erguendo seus braços e fazendo tudo para absorver ao máximo aquela força. Outros membros de sua família também chegaram mais perto, até mesmo se movendo por entre nós que estávamos sentados, embora parecesse em todos os casos que levavam algum tempo para se acostumarem conosco. Com a visão astral eles eram claramente visíveis em suas formas brownies, mas no nível físico eles se mostravam apenas como pontos de luz, tênues nuvens de cor com ocasionais vislumbres de suas jaquetas brancas; o solo musgoso debaixo de nós estava coberto destes lampejos de luz semoventes.


Nota: Brownies são uma ordem de espíritos da Natureza, semelhantes aos mannikins e a alguns duendes, por este relato vemos quão rico é o Reino Dévico e Elemental, em suas diversas formas e níveis de consciência, sempre evoluindo.


Fonte: Livro O Reino Das Fadas – Geoffrey Hodson - Primeira Edição em 1927 - The Theosophical Publishing House - (Londres).

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