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7 de fevereiro de 2018

CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE PANC'S



   
PANC’s são Plantas Alimentícias Não Convencionais.

Esse termo surgiu em 2004, pelo pesquisador Valdely Kinupp, em sua tese de doutorado.

De lá pra cá, muitos trabalhos a respeito das espécies são desenvolvidos e o assunto vem ganhando um destaque cada vez maior.

O termo PANC é extremamente abrangente, mas o critério para uma planta ser considerada uma panc é bem simples: Ser comestível, não ser cultivada em escala comercial, não ser consumida com frequência pela população num geral e não ser comercializada.

As PANC’s fazem a cabeça dos chefs, que transformam algumas dessas espécies em verdadeiras obras de arte nos pratos.





Publicado em 2014, o livro “Plantas Alimentícias Não Convencionais no Brasil” (editora Instituto Plantarum), do Biólogo Valdely Ferreira Kinnup, cita 351 espécies presentes no país que podem ser utilizadas em diversas receitas culinárias, cruas ou refogadas. Porém, dependendo da região, algumas até podem ser comumente utilizadas na culinária local, não sendo mais consideradas como não convencionais.



“Sob o ponto de vista da sistemática botânica, essas plantas formam um grupo bastante diverso, composto por espécies de variadas categorias taxonômicas", ressalva a Bióloga do CRBio-01, reforçando também que essa classificação não se trata de nenhuma divisão dentro da própria Biologia. (Fonte).

Onde são encontradas?

Essas plantas são encontradas facilmente nos mais diversos ambientes mas a maioria das pessoas não possuem conhecimento da sua função alimentar.

Muitas delas, são inclusive, consideradas matos espontâneos ou daninhas. E por isso são retiradas sem qualquer utilização posterior. (infelizmente).

Quando descartamos uma PANC, estamos perdendo a oportunidade de consumir alimentos com alto valor nutricional pela simples falta de informação.

É interessante saber que nem sempre foi assim. Muitas das PANC’s eram constantemente consumidas antigamente, mas com a evolução dos grandes centros e a falta de contato com a natureza, esses alimentos começaram a ser esquecidos.

Alguns estudos apontam que o número de plantas consumidas pelo homem caiu de 10 mil para 170 nos últimos cem anos. É de deixar qualquer um surpreso, não?!

Em nosso país, há uma biodiversidade enorme a ser pesquisada quando o assunto é Panc’s. Estima-se que tenhamos por aqui em torno de dez mil plantas com potencial para uso alimentício.

Uma prova de que as coisas mudam rapidamente é que, para se ter ideia, a rúcula que muito consumimos hoje, era considera uma erva daninha há não muito tempo.

São consideradas como PANCS’s também, as plantas que são subaproveitadas. Como por exemplo a bananeira. Além dos frutos, os mangarás dela (corações ou umbigos) podem ser aproveitados, mas acabam sendo desperdiçados.

Incluir PANC’S na alimentação é uma forma saudável de comer bem. Elas podem ser preparadas em diversos tipos de receitas e agregam muito valor nutricional aos pratos.

Créditos de imagem – Revista Casa e Jardim

É importante saber que algumas Pancs não podem ser consumidas cruas!

Bertalha

      Trepadeira com folhas e caules verdes, carnosos e suculentos. Tem aparência similar à do espinafre. É rica em vitamina A, além de oferecer outros nutrientes como vitamina C, cálcio e ferro. As folhas e os ramos novos devem ser consumidos logo após a colheita, refogados ou em substituição ao espinafre e à couve, ou em omeletes, quiches e tortas. Crua, pode ser ingerida junto a saladas verdes. Se preferir prepará-la em uma sopa, deixe para acrescentá-la por último, pois a bertalha não deve ser cozida em excesso.


Foto: hortas.info

Beldroega, ou onze-horas (Portulaca oleracea).

      De crescimento espontâneo em muitas partes do mundo, adapta-se a diversos tipos de clima, mas requer que o sol incida diretamente sobre ela. Suas folhas e ramos podem ser consumidos crus, em saladas. Quando cozidos, servem de ingrediente para pratos refogados e assados, além de sopas. Suas sementes também podem ser ingeridas – a sugestão é acrescentá-las a uma farinha de cereal depois de moídas. É rica em ácidos graxos ômega-3 e seu sabor tende a variar de acordo com a forma de cultivo. As flores também podem ser consumidas.




Jacatupé

      Planta rústica e de cultivo simples, adapta-se facilmente a diferentes regiões brasileiras e é conhecida, também, como feijão-batata. Grande fonte de proteínas, chegou a ser comercializada em mercados, mas desapareceu devido ao consumo de vegetais convencionais. As raízes são sua parte comestível e podem ser preparadas cruas ou cozidas.



Dente-de-leão

      Essa planta cresce naturalmente em várias regiões do Brasil (e do mundo inteiro) e há outros motivos para incluí-la na dieta: o dente-de-leão selvagem tem sete vezes mais fitonutrientes do que o espinafre, além de ser grande fonte de vitaminas A e C. Suas folhas podem dar origem a pratos refogados e cozidos, além de saladas. O consumo também pode se estender às flores. Algumas pessoas utilizam as raízes torradas e moídas como um substituto ao café.



Serralha

      Para encontrá-la, preste atenção a locais perto de cercas e de muros, em quintais e em terrenos baldios. A serralha é fonte de vitaminas A, D e E. Desenvolve-se em quase todo o mundo pode servir de insumo para a preparação de saladas e de receitas cozidas. Seu sabor é amargo e lembra o do espinafre.


Foto: matosdecomer.com.br

Ora-pro-nóbis

      Uma das mais conhecidas entre as não-convencionais, é encontrada em abundância especialmente no Sudeste, mas está presente também em outras regiões. Trepadeira, desenvolve-se em vários tipos de solo e de clima, é de fácil cultivo e tem alto valor nutricional. É rica em vitaminas A, B e C, fibras, fósforo e fósforo. As folhas são sua parte comestível, podendo ser consumidas secas ou frescas, cruas ou cozidas, e até acrescentada a massas de pães. Mas, há receitas que utilizam suas flores também.



Peixinho, ou Peixinho-da-horta

      Você já ouviu falar em peixinho que dá na terra? Pois há uma hortaliça que é conhecida como lambari da horta. Ela veio da Europa e da Ásia, mas se adaptou muito bem ao Brasil. Em Minas Gerais, é mais comum em regiões de clima ameno. Na Europa, as pessoas a usam mais para decoração. O peixinho é bem fácil de plantar, com semente ou muda. Cresce melhor em climas mais secos. E também faz sucesso na culinária. As folhas refogadas e fritas rendem um dos melhores petiscos. A folha é muito suculenta e por tal motivo, realmente lembra a textura de um peixinho.



Capeba

      As folhas de capeba são ovaladas, arredondadas ou em forma de rim. Usa-se a folha para o preparo de charutos recheados com legumes, cenoura e temperos. Quando cozidas, têm gosto de pimenta do reino.


Foto: planetasustentavel.com.br

Capuchinha (Tropaeolum majus).



Língua-de-vaca, Labaça (Rumex obtusifolius).



Mastruço/Mestruz/Mastruz (Coronopus didymus).


Dentre outras muitas! Gratidão!


Fonte: https://blog.plantei.com.br/conhecendo-um-pouco-mais-sobre-pancs-as-plantas-alimenticias-nao-convencionais/

Material de apoio – Teia Orgânica

Namastê!


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