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21 de janeiro de 2019

CRIAÇÃO NO REINO VEGETAL (DESPERTAR DAS SEMENTES E CRESCIMENTO DA PLANTA)



Tanto quanto posso observar, semelhante processo criador ocorre no reino orgânico da Natureza. Os problemas ligados à vida orgânica são profundos e, como no tocante à formação de minerais, não pretendo oferecer-lhes solução final.

Admite-se que apenas características químicas não constituem material orgânico vivente. Presume-se que a vida esteja presente, mas esta tem escapado até agora à pesquisa científica. Os vários processos de organização biológica conducentes ao desenvolvimento da forma, tal como a progressão de um óvulo fertilizado até a planta ou animal adultos são até agora um profundo enigma.

Parte do mecanismo desta progressão foi descoberta. Genes e
cromossomos controlam o desenvolvimento até certo ponto e entram no processo, no tempo e lugar certos, mas a emergência da forma de um corpo, da semente fertilizada, parece demandar a operação de uma mente planejadora e coordenadora, pois a atividade reguladora se mostra em todos os tipos de organização biológica, surgindo numa série de passos ordenados, a partir da misteriosa substância
conhecida como protoplasma. Supõe-se ser a forma do corpo imanente no óvulo fertilizado, mas até agora se desconhece como é que aquilo que é latente se torna objetivo. Ao microscópio, um corte de um grupo de células do qual se desenvolverá a planta ou fruta, parece um caos de células distribuidoras. Não obstante, cada célula tem sua tarefa particular na combinação, e todo o organismo é parte de um sistema padronizado. (...)

A ciência oculta ensina, pois, que nada do que existe é verdadeiramente inanimado. A vida está presente no mineral como em todas as outras formas. Cada semente, e especialmente cada germe, é imbuído ou animado por uma energia vital que o faz germinar e desenvolver segundo suas espécies.

APELO AOS ESPÍRITOS DA NATUREZA

Um núcleo vital contendo os resultados acumulados da fase precedente como uma possibilidade vibratória, acha-se no âmago de cada semente. O despertar ou incitamento sazonal para a vida em um solo apropriado, produz algo sutil equivalente ao "som". Este "som" é então "ouvido" nas regiões mentais circundantes de sua fonte, e os espíritos construtores da natureza respondem ao apelo. Cada tipo de crescimento - haste, broto, folha e flor - tem a sua nota ou chamado específicos, ao qual o construtor apropriado responde. Como o próprio som tem por efeito produzir formas, é ele o meio pelo qual a forma arquetípica da planta, latente na semente e nas mentes de uma ordem superior dos espíritos da natureza é projetada no nível etérico como uma forma-modelo. 

Alguns dos resultados deste apelo vibratório da semente são:

1. Separar e isolar a atmosfera ao redor da semente.

2. Colocar a matéria dentro do espaço isolado, vibrando nas proporções requeridas, e especializá-la no preparo para o trabalho dos espíritos construtores da natureza.

3. Chamar os construtores, os quais, entrando na esfera especializada, estão aptos a materializar-se até o nível em que têm de trabalhar.

4. Ajudar na modelação de um padrão ou molde etérico da planta como um guia ou plano básico, pronto para os construtores.


Surgem diferentes "células" vibratórias à medida que, a seu turno, tem que se construir o caule, o broto, a folha e a flor, e os correspondentes construtores chegam então para trabalhar em sua tarefa especial.

O som sutil parece irradiar não somente do núcleo de vida da semente, como também de cada célula embrionária, à medida que esta se desenvolve. O construtor relacionado com essa célula absorve o material requerido — o correspondente à mesma vibração sua e da célula que está construindo — e transforma-o de material livre em especializado. Esta substância passa então para a célula da qual o som é emitido, e é vertida no molde etérico. A célula é assim gradualmente alimentada e aumentada até atingir seu limite próprio, quando se divide, e o processo é repetido. Enquanto o material está em íntima associação com o construtor, não é apenas especializado para ajustar-se à célula em crescimento,
mas é também colorido pela medida vibratória do minúsculo espírito da natureza interessado.

Examinando bulbos que crescem em vasos, vi inúmeras destas microscópicas e etéricas criaturas movendo-se dentro e ao redor das plantas em crescimento. Eram visíveis no nível etérico como pontos de luz volteando ao redor da haste e entrando e saindo do bulbo. Elas absorvem a matéria da atmosfera ambiente, que depositam ao reentrar nos tecidos, e este processo segue continuamente até a planta crescer completamente. As criaturas estão totalmente auto-absorvidas e são suficientemente autoconscientes para experimentar uma leve sensação de bem-estar, e mesmo de afeição pela planta. Quando fora dela, absorvendo matéria, tornam-se maiores e dão a impressão de esferas violeta-pálidas e lilás forte, de mais ou menos duas polegadas de diâmetro (5 cm). Tendo-se expandido até o maior tamanho de que são capazes, retornam e, como foi dito acima, reentram na planta, na qual descarregam a matéria e força vital que absorvem.

Além disso, podem-se ver as próprias plantas absorvendo diretamente da atmosfera certa quantidade de substância. Há também um natural fluxo de energia vital das plantas meio crescidas até cerca de sessenta centímetros acima e ao redor delas, onde brincam e dançam outras minúsculas criaturas. Os espíritos da natureza construtores não limitam seu trabalho a uma única planta ou mesmo a um único vaso, pois quando os vasos estão próximos uns dos outros, voam de um para o outro. Os próprios bulbos dão a impressão de ser pequeninas usinas, cada qual carregada de potentes forças. A cor etérica do bulbo quando em crescimento, é violeta rosad0, com uma luz mais intensa no centro, da qual se eleva uma corrente elétrica, carregando consigo, mais lentamente, umidade e nutrição física.

Cada mudança na estrutura e na cor atrai outro grupo de construtores, e quando o bulbo começa a formar-se, entra em cena uma ordem apropriada de espíritos da natureza. 

Quando a flor começa a ser construída, aparecem as fadas competentes que são responsáveis por toda coloração e estrutura da flor. As fadas das flores são suficientemente conscientes de seu trabalho especial para executá-lo com intenso prazer. Elas permanecem em estreita assistência a cada broto e pétala que se desenvolve e parecem apreciar a admiração humana pelos resultados de seu labor. Quando as flores são cortadas, as fadas construtoras podem acompanhá-las e permanecer com elas algumas horas. 

Ao tempo da floração plena, a nota criadora ou "Verbo" da planta repercute amplamente. Todos os espíritos da natureza adequados então se apresentam e põem-se a trabalhar.

Da mesma maneira, em qualquer parte da Natureza todas as substâncias e todas as formas devem sua existência ao sempre emitido "Verbo" criador e à atividade dos espíritos e dos Deuses. Quando observamos a variedade de formas da Natureza, seus metais e jóias, suas flores, árvores, florestas, seus rios, lagos e cascatas, seus oceanos, suas colinas e cordilheiras, ficamos certamente extasiados não apenas pelas materializadas auras dos Deuses, mas, se com toda a reverência podemos dizê-lo, pelo Próprio Deus. Pois a Natureza é apenas Deus revelado, o sonho de Deus tornado manifesto pela contínua enunciação de Seu "Verbo", o canto de Seu poderoso Nome e o ministério incessantemente construtivo e embelezador dos Deuses maiores e menores. 

Por estes, e, sem dúvida, por muitos outros meios, Ele traz à existência todos os seres e todas as coisas, e as sustem pelo perpétuo e belo fluxo de Sua Vida.


Fonte: Livro O Reino dos Deuses - Geoffrey Hodson. Editora Pensamento. Traduzida da Edição de The Theosofical Publishing House Adyar, Índia, por Carmen Penteado Piza Joaquim Gervásio de Figueiredo.

Título do original em inglês: The Kingdom of the Gods - Geoffrey Hodson.


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