Este nome foi escolhido para designar todas as criaturas de
aparência masculina que não se deixam classificar nem como gnomos, nem como
duendes ou elfos, mas que exibem algumas de suas características, juntamente
com certos traços que lhes são específicos.
Como há de se constatar a partir da descrição oferecida,
alguns espíritos da Natureza podem ter a cara de um gnomo, vestir roupas de um
duende e ter os pés compridos e pontudos de um Elfo.
Os homúnculos são encontrados em associação com as árvores,
com as sebes, as samambaias, as gramíneas, as urzes e as flores silvestres. Os
que preferem as árvores “vivem” geralmente em seus troncos e galhos, logo
abaixo da casca por eles transposta para fins de revigoração, bem como de
ativação do crescimento e da coloração dos galhos e folhas.
Os homúnculos encontrados nas samambaias e gramíneas quase
sempre se vestem de verde; seus rostos são como os de criancinhas de uns três
anos de idade, rechonchudos e de expressão alegre e sorridente. Na cabeça,
levam quase sempre um capuz verde, seus olhos são redondos e brilhantes e, por
vezes, suas orelhas curtas e profundas saem fora do capuz.
Por duas vezes deparei-me com homúnculos que em nada se
pareciam com as amáveis criaturas descritas acima. Seus traços eram marcantes,
o nariz comprido e curvo, os olhos estreitos e repuxados para o alto e através
deles a consciência se manifesta com uma desagradável expressão de malícia e
desconfiança.
Tentei comunicar-me com membros isolados da espécie mais
cordial, porém sua inteligência era demasiado primitiva – muito mais que a dos
animais – e não tive muito sucesso.
Durante o serviço militar, recebíamos com frequência ordens
para “fazer de conta” que estávamos carregando um fuzil ou uma metralhadora,
para fins de adestramento. A mesma expressão parede ser a que melhor descreve e
“fala” do homúnculo. Eles “fazem de conta” que falam; de fato, às vezes, chega
mesmo a parecer que estão gritando do modo mais extravagante e, no entanto,
nenhum som que me fosse possível distinguir saía de suas bocas muito abertas.
Trata-se de algo bastante típico das espécies inferiores de espíritos da
Natureza, que imitam inúmeros costumes dos humanos sem a menor compreensão do
seu significado e finalidade.
Uma destas criaturinhas, cuja descrição será fornecida mais
adiante, orgulhava-se das árvores em que vivia e trabalha, e tentou expressar
isso; estava muito contente por ter sido notada e dava o melhor de si para
possibilitar a conversação, porém suas limitações naturais frustraram-lhe o
intento.
Todas as vezes que se demonstrou tentar uma comunicação, ou
quando a pequena tribo concedeu a honra de aproximar-se de nós, nenhum deles
chegou realmente a introduzir-se na aura humana, permanecendo sempre um pouco
além de sua área de irradiação. Se caso se aproximavam um pouco mais ou eram
submetidos a um exame demasiado intenso, perdiam o seu equilíbrio, tornavam-se
confusos e desnorteados para, afinal, desaparecer, retirando-se para uma
distância segura ou para uma dimensão superior. Isto, obviamente, se verifica
apenas com os homúnculos e não com os gnomos mais estáveis, os duendes mais
evoluídos ou as próprias fadas.
Certas raças de homúnculos apresentam espécimes dotados de
pequenas asas ovais, feitas de uma substância brilhante e translúcida. Não as
usam, entretanto, para voar, embora tremulem e se agitem a cada movimento de
seu possuidor.
A partir de observações feitas em diversas regiões da
Inglaterra, cheguei à conclusão de que o homúnculo é a criatura fantástica mais
comum nesse país, embora registrem-se muitas variações de uma região para
outra. Uma das nossas experiências mais constantes era a de que, enquanto estudávamos
outras espécies de espíritos da Natureza, numerosos homúnculos aproximavam-se
de nós. Em pé ou sentados, em grupos ou aos pares, ficavam a cerca de 25 a 50m
de distância nos contemplando com indisfarçável curiosidade. Exemplares desta
espécie foram vistos em Kensington
Gardens.
Kensington Gardens, famoso Parque de Londres
Quando se comunicam entre si, é possível distinguir algo
bastante semelhante ao gorjeio de pardais, sendo quase sempre evidente que
nossas características individuais lhes forneciam assunto inesgotável para
conversação. Quase sempre, são muito destemidos, nem amistosos, nem hostis,
chegando-se a nós por mera curiosidade.
HOMÚNCULOS DAS ÁRVORES
Numa floresta das cercanias de Kendal. Dezembro de 1922.
“Associados às árvores, perambulando pelo chão em meio a
arbustos e folhas caídas, podem-se ver numerosos homúnculos de aspecto
semelhante ao dos duendes. Seus rostos se parecem com os de homens de idade
avançada; a tez é rubra, as barbas pontudas e as sobrancelhas cinzentas. Na
cabeça, trazem o usual capuz cônico, mas nesse caso a ponta cai ligeiramente para
a frente. O rosto é fino, de feições bem marcadas, nisso se distinguindo dos
duendes, como também por sua magreza, suas pernas finas e pés pontudos. Vestem
um jaleco escuro, de um marrom próximo ao vermelho, que desce folgadamente até
a cintura, e sob ele uma peça menor, além de meias rústicas, da cor cinza, com
as extremidades em ponta. Parecem não usar botas. São criaturinhas felizes,
característica que se exprime em seus rostos perpetuamente sorridentes e em
seus olhos negros e arredondados. O globo ocular parece feito de vidro e
inteiramente negro ou marrom escuro: não vejo nenhum de cor branca. Caminham
lentamente e, pelo visto, sem qualquer finalidade; às vezes, um pequeno grupo
se forma para alguma brincadeira. Quatro homúnculos surgem de um atalho, dão-se
as mãos e passam a girar, no sentido horário, durante cerca de 20 segundos,
para, em seguida, ainda mãos dadas, sobrevoarem os bosques. Alguns membros da
tribo parecem mais idosos e menos ativos do que os outros.
Deparei-me com um espécime bastante idoso sentado ao pé de
um freixo, com as pernas magras esticadas à sua frente; parecia realmente
cansado. Sua capa, que tinha uma gola larga e pregueada na barra, estreitava-se
ligeiramente à altura da cintura, presa por um cinto marrom que parecia de
couro. Enquanto o observava, ele evolou-se para dentro da árvore,
propiciando-me ocasião de acompanhar o processo de desintegração da forma, que
pareceu pairar no espaço por uma fração de segundo ainda, após ter sido
abandonada por seu ocupante. Ele não a dissipou quando ainda estava em seu
interior – mas a abandonou, saindo pela cabeça. Algum resquício dessa forma
continuou apegado a ele, pois vi perfeitamente os contornos de duas longas
pernas a segui-lo até o interior da árvore. Um exame mais atento mostrou que a
forma não havia desaparecido por completo e que seu contorno permaneceu,
enquanto sua estrutura e cor desapareceram; na verdade, ele parecia um duende
fantasmagórico, cujas formas se delineavam numa luz acinzentada, e que
permanecia sentado no mesmo lugar, tal como havia sido deixado. Enquanto
observava a forma, perdi o contato com sua consciência, que se retirou para
dentro do tronco da árvore e, por assim dizer, propagou-se para a sua célula
vital incorporada.
(Dez minutos depois)
O homenzinho que havia desaparecido no interior da árvore ressurge,
agora inteiramente rejuvenescido, cheio de animação. No momento, em que eu
estava descrevendo outra coisa qualquer, minha atenção foi atraída para o seu
reaparecimento por uma luz que brilhou ao pé da árvore e que, ao ser examinada,
comprovou ser o mesmo homenzinho de antes, desta vez plenamente revigorado e
desejando, segundo todas as evidências, chamar a nossa atenção para o fato.
Agora, ele vem ao nosso encontro dançando de maneira bizarra, chegando a
percorrer metade dos 50m que nos separam da árvore, para novamente recuar,
inclinando a cabeça para o lado e estendendo graciosamente as pernas à medida
que caminha. Demonstra muito orgulho.
A atmosfera de magia da floresta manifesta-se em todo o seu
encanto, e a criaturinha acena-me, ao se retirar, convidando-me a acompanha-la.
Faz um sinal com o braço direito na direção da floresta, tal como um anfitrião
precedendo os convidados em seu jardim encantado.”
Fonte: Livro O Reino dos Devas e dos Espíritos da Natureza –
Geoffrey Hodson. Editora Pensamento. Título original Fairies at work anda t play. Tradução Hugo Mader.
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Ao meu ver, complementando o relato acima, homúnculos são seres muito sensíveis que não costumam se aproximar muito dos humanos, seus níveis de consciência e inteligência variam razoavelmente e possuem uma tênue linha de evolução. Como surgiram ? Sinto que os Elementais dessa classe específica nascem do coração de Gaia através de seu princípio criador; como alguns sabem, Gaia é a consciência deste Planeta e seu corpo físico é a Terra, portanto, independente da mais simples forma de vida, o respeito, a harmonia e o Amor são essenciais, pois assim como outras classes dévicas, os homúnculos tem seu papel na Natureza.
Bênçãos!
Namastê!
Como eu queria ver um....
ResponderExcluirComo eu queria ver um....
ResponderExcluirTbm gostaria de vê- los, parecem lindos e ao ler viagei num conto de criaturas fantásticas,elfus, duentes, fadinhas,gnomos e ate cavalos alados ai que lindo,show!!!!! Gratidão!!!
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