Em Whitendale, Abril de 1922.
“Enquanto escrevia essas linhas, um duende grosseiro e
rabugento surgiu de uma moita de junco na redondezas e desceu a colina de
encontro aos homúnculos. Era bastante semelhante aos duendes anteriormente
descritos, com pequenas diferenças na cor e nos detalhes da vestimenta. Seus
rosto parecia um tanto rústico e “feio”, a barba acinzentada era cheia de
falhas e as mãos invulgarmente grandes. À medida que se aproximava, repetia sem
parar alguma coisa para si mesmo, provavelmente alguma decisão recente em vias
de ser executada. O contraste de idades tornou-se flagrante, à medida que ele
se aproximava dos pequeninos homúnculos que se divertiam no local. Seu corpo é
desarmonioso, de textura um tanto áspera e grossa, e sua capacidade de reagir
aos impulsos da consciência, bem menor do que a dos homúnculos, que parecem
constituir uma espécie mais recente de espíritos da Natureza.
O centro de consciência localiza-se, em ambas as espécies,
na cabeça, sendo representado por um pequeno chakram que, no caso dos duendes, penetra cerca de um centímetro e
meio em suas cabeças. Embora a personalidade do duende seja mais forte e
evoluída, nem por isso o seu chakram chega
a desempenhar um papel mais ativo em sua existência, ou em seu trabalho do que
o do homúnculo.
Os duendes tornam-se muito insensíveis com o decorrer do
tempo. Não é fácil compreender, dadas as limitações do entendimento humano,
como o duende avança até o estágio seguinte de sua evolução, de tal modo sua
forma e consciência parecem apegar-se aos seus atributos atuais, coibindo-lhe o
desenvolvimento de quaisquer outros. É provável que necessite da ajuda externa
de uma natureza superior.”
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HOMÚNCULOS
Este nome foi escolhido para designar todas as criaturas de
aparência masculina que não se deixam classificar nem como gnomos, nem como
duendes ou elfos, mas que exibem algumas de suas características, juntamente
com certos traços que lhes são específicos.
Como há de se constatar a partir da descrição oferecida,
alguns espíritos da Natureza podem ter a cara de um gnomo, vestir roupas de um
duende e ter os pés compridos e pontudos de um Elfo.
Os homúnculos são encontrados em associação com as árvores,
com as sebes, as samambaias, as gramíneas, as urzes e as flores silvestres. Os
que preferem as árvores “vivem” geralmente em seus troncos e galhos, logo
abaixo da casca por eles transposta para fins de revigoração, bem como de
ativação do crescimento e da coloração dos galhos e folhas. (...)
Mais sobre os Homúnculos Aqui
Fonte: Livro O Reino dos Devas e dos Espíritos da Natureza –
Geoffrey Hodson. Editora Pensamento.
Tradução do Livro: Hugo Mader.
Sim. Eles existem.
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