Cottingly, Agosto de 1921.
Uma intensa radiação luminosa espalha-se pelos campos, sendo
visível a uma distância de quinhentos metros. Ela é ocasionada pela chegada de
um grupo de Fadas que se acham sob o controle de uma Fada superior, bastante “severa”
e taxativa em suas ordens, exercendo uma autoridade incontestável. Elas se
espalham num círculo cada vez maior à sua volta e, à medida em que o fazem, uma
suave incandescência alastra-se pela relva. De dois minutos para cá, desde que
elas passaram a voar até o alto das árvores e daí de volta ao chão, o círculo
expandiu-se até alcançar um diâmetro aproximado de três metros e meio,
achando-se magnificamente iluminado.
Cada um dos integrantes desse bando de
fadas está em contato com a fada que as conduz, posicionada no centro do
círculo e um pouquinho mais acima do que as outras, devido à ação de jatos de
Luz. Tais jatos apresentam variados matizes de amarelo, com propensão para o
laranja, convergindo para o centro e ali fundindo-se à aura, podendo
observar-se ainda um contínuo fluxo, para o centro ou vice-versa, em volta
deles. A forma assim produzida apresenta-se tal qual uma compoteira invertida,
fazendo a fada dirigente as vezes de suporte, e as linhas luminosas, que fluem
segundo uma curva graciosa e uniforme, o bojo.
Suas atividades ininterruptas estavam engendrando uma forma
mais complexa ainda, mas infelizmente o adiantado da hora nos obrigou a partir.
Lake District. Agosto de 1922.
Um grupo de fadas dança e dá cambalhotas sobre um pequeno
platô do outro lado do ribeirão. Seus corpos possuem formas femininas e sua
principal vestimenta é de cor azul clara; suas asas, que possuem um formato
quase oval, agitam-se constantemente enquanto elas dançam, em círculo e de mãos
dadas. Algumas delas trazem um cinturão folgado, do qual pende um instrumento
parecido com uma corneta. Todas estão recobertas por um material que serve para
ocultar as suas figuras, mais do que se observa geralmente entre essa espécie
de espíritos da Natureza. Medem aproximadamente quinze centímetros. Os cabelos,
que em todas elas são de cor marrom, apresentam desde as tonalidades mais
claras até as quase negras.
A figura da fada apresenta uma cor rosa clara bastante
esmaecida, verificando-se também, em quase todos os casos, uma cor azul clara
na aura e nas asas.
Elas estão representando alguma coisa não muito diversa de
uma dança folclórica; e suponho que seja o seu pensamento que engendra inúmeras
e minúsculas margaridas que aparecem e desaparecem, às vezes sob a forma de uma
única flor, outras vezes reunidas em grinaldas ou coroas.
Elas descarregam, na atmosfera ambiente, considerável
quantidade de uma energia especial sob a forma de faíscas prateadas. O efeito
produzido por esse espetáculo de eletricidade em miniatura, fluindo através de
suas auras e do curioso alumbramento ou névoa em que todo o grupo é banhado, é
dos mais belos; esta névoa alcança uma altura de 20 a 25 cm, atingindo o seu
ponto mais alto acima do centro do grupo.
O seu efeito sobre as fadas é o de proporcionar-lhes um sentimento de
completo isolamento, de fato, as outras espécies de espíritos da Natureza que
se acham na vizinhança mantém-se afastadas da esfera encantada.
Agora, elas modificam a sua formação e passam a realizar uma
evolução bastante complexa, produzindo eixos radiais através do círculo. Elas
não permanecem exatamente no mesmo lugar, pois, quando o grupo se move, a aura
isolada também o acompanha. A dança, que é também um ritual, lembra certos
personagens dos Lanceiros. Possuem um
apurado senso de ritmo, pois, apesar de seus movimentos espontâneos e livres,
conseguem “manter o passo”.
Enquanto eu as observo, uma figura cor de rosa, semelhante a
um glóbulo ou a um coração, desenvolveu-se lentamente no centro do círculo,
descarregando a cada pulsação uma força que flui segundo finas linhas ou
estrias. O invólucro áurico expandiu-se consideravelmente, e não deixa de
lembrar uma grande compoteira de vidro invertida. Parecem alimentar a ideia de
que estão construindo um edifício, pois agora surgem divisões radiais,
extremamente finas e brilhantes, que dividem a fundação em compartimentos. Aos
poucos, o grupo vai deixando o meu campo de visão.
Lancashire. 1921.
Estamos rodeados por um grupo de encantadoras fadas
dançarinas. Elas sorriem, cheias de alegria. A líder, nesse caso, é uma figura
feminina com provavelmente 60 cm de altura, envolvida por roupagens
transparentes e ondulantes. Na sua testa, há uma estrela. Possui grandes asas
que refletem matizes pálidos e delicados, do rosa ao lavanda; com a rapidez de
seus movimentos, entretanto, o efeito produzido é branco. Os cabelos são finos
e castanho dourado e, ao contrário das fadas menos evoluídas, caem para trás e
se confundem com as forças fluentes da aura. A sua figura é perfeitamente
proporcionada, com formas arredondadas como as de uma garotinha. Na mão
direita, ela segura uma varinha de condão. Embora sua expressão seja de pureza
e ingenuidade, o rosto transmite ao mesmo tempo uma decidida impressão de
força. Isso se nota particularmente nos olhos azuis e abertos, que ardem como
chama e têm todo o aspecto de fogo vivo. A testa é alta e imponente, os traços
são pequenos e redondos, as pequeninas orelhas constituem um poema de perfeição
física. Não existe nenhuma angulosidade nesta figura de uma beleza
transcendental.
O porte da cabeça, do pescoço e dos ombros é majestoso,
sendo toda a sua pose um modelo de graça e beleza. Uma radiação azul clara
envolve essa gloriosa criatura, tornando-a ainda mais bela, enquanto jatos de
luz dourada partem de sua cabeça e a circundam. A parte inferior da aura é cor
de rosa e iluminada por uma luz branca.
Ela tem consciência de nossa presença e, por isso,
permaneceu graciosamente imóvel para que essa descrição pudesse ser feita. Ela
ergue a varinha de condão que possui aproximadamente o comprimento de seu
antebraço e brilha com uma luz branca, ardendo com uma luz amarelada nas
extremidades. Ela se inclina graciosamente, exatamente como uma prima donna faria para agradecer a uma plateia
educada. Ouve-se uma música um tanto tênue e remota, demasiado sutil para que
eu possa representá-la, uma música que seria como que produzida por minúsculas
agulhas, delicadamente entoada e marcada pela batida de martelos também
minúsculos. Trata-se antes de uma série de tinidos do que de uma melodia
contínua, talvez porque eu seja incapaz de captá-la integralmente. O grupo,
então, levanta voo e desaparece no ar.
Fonte: Livro com título original “Fairies at work and play” por Geoffrey Hodson. Tradução do título
para o português ficou como “O Reino dos Devas e dos Espíritos da Natureza”.
Editora Pensamento, São Paulo.
Tradução do livro: Hugo Mader.
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Na contracapa encontra-se o seguinte texto:
O REINO DOS DEVAS E DOS ESPÍRITOS DA NATUREZA – Geoffrey Hodson
“Posso corroborar integralmente muitas das descrições dos
espíritos da Natureza fornecidas pelo Sr. Hodson, assim como me sinto em
perfeita harmonia com a atmosfera geral que seu livro transmite. Pequenos
detalhes, aqui e ali, demonstram inequivocamente, para um irmão clarividente,
que o autor viu o que descreve. A todo momento sobressaem pormenores que
recordam minhas próprias investigações de há muitos anos. O Sr. Hodson parece
ter-se consagrado principalmente às maravilhosas criaturinhas que se empenham
de corpo e alma no aprimoramento do reino vegetal, e fornece um admirável
relato de suas realizações [...] captando, do modo mais admirável, o tom eminentemente
alegre da existência dos espíritos da Natureza.
Por isso ele se faz merecedor das maiores congratulações,
pois possui naturalmente faculdades para cuja aquisição a maioria de nós teve
de lutar tanto e tão arduamente. Que logo chegue o dia em que tais faculdades
se tornem mais comuns e em que a humanidade, por obra de seu progresso, alcance
uma melhor compreensão do plano divino, a fim de que possamos modelar nossas
vidas de um modo mais coerente com a Vontade Suprema.”
C. W. Leadbeater
bom
ResponderExcluirMARAVILHOSO A MÃE NATUREZA DEVAS E ELEMENTAIS QUE LINDA INTERAÇÃO COM OS SERES HUMANOS MAIS SENSIVEIS GRTATIDÃO
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