Durante uma caminhada na Floresta Epping encontramos o toco de uma árvore que havia sido cortada, e
de cujos lados cresciam novos rebentos. Uma tentativa de entender os processos
mostrou que cada rebento róseo estava conectado a um espírito da natureza, que
em alguma medida era responsável por ele, e que agia como um dos elos finais em
uma cadeia de consciência que subia até o deva responsável pelo reino vegetal;
este espírito da natureza era mais como uma abelha do que como uma fada, e ele
literalmente zumbiu em minha direção quando eu me aproximei mais dos rebentos.
Quando a árvore foi cortada, a maior parte da consciência
retirou-se, embora, devido ao fato de que a raiz deixada sob o solo ainda
estava viva, alguma porção foi deixada permanecer. O toco de uma árvore não é
um meio particularmente responsivo, mas quando, na devida estação, os sensíveis
rebentos novos apareceram, eles forneceram um meio de expressão e expansão para
a vida residente; embora a consciência vegetal em evolução penetre em cada célula,
existe ainda um centro astro-etérico no meio do toco, logo abaixo do nível do
solo, onde as raízes começam a se projetar, e que se parece como um globo de
luz amarela, de 10 a 15 cm de diâmetro; correntes fluem para fora dele, dando a
impressão de uma grande flor dourada com pétalas afiladas arranjadas em
círculos concêntricos, ficando sua cor cada vez mais pálida à medida que
aumenta a distância do centro.
No coração desta "flor" a força está
constantemente emergindo do astral para o etérico, formando um vórtex que emite
uma vibração etérica; isto produz "som", que é formador, e em grande
medida governa a forma de qualquer crescimento que ocorre debaixo de sua
influência.
Por uma curiosa operação da Natureza, quando esta vibração
contatou minha aura, produziu nela uma forma arbórea miniatura, o arquétipo da
árvore.
Aparentemente um processo semelhante a este ocorre na
consciência dos devas construtores de todos os graus; cada um, de acordo com
sua capacidade e desenvolvimento, obtém deste modo uma compreensão do trabalho
que tem de ser feito, tanto em cor como em forma; nas ordens inferiores de
espíritos da natureza este processo é quase inteiramente instintivo, e
provavelmente só é autoconsciente no deva individualizado. À medida que
prossegue o crescimento, mais e mais da consciência do vegetal é expressa, de
modo que as vibrações do centro se tornam mais complexas; novas
"notas" são acrescentadas, cada uma chamando o espírito da natureza
construtor adequado, vivificando o tipo de matéria que lhe corresponde, e
produzindo a forma na qual aquela matéria deve ser construída.
A amplitude vibratória deste centro de vida particular tem
pelo menos 4 metros em todas as direções, e assim é formada uma esfera
especializada na qual as várias ordens de construtores envolvidos - chamados ao
local pela "nota" que é a nota-chave de sua própria existência -
encontram condições que são perfeitas para o trabalho que eles têm de fazer.
Entrando na esfera, os construtores se materializam até o nível etérico no qual
o trabalho deve ser feito, absorvem o material que está vibrando em sua própria
freqüência e, tendo-o especializado pelo contato consigo mesmos, descarregam-no
no molde ou fôrma etérica, que é a expressão da vibração.
Através destes meios, e destes agentes, o crescimento
gradual da árvore tem lugar.
Sobre as funções do Espírito da Árvore
Uma árvore pode ser considerada tendo uma alma, porque uma
porção da onda vital proveniente da mônada a penetra (Vide A Study in Consciousness, de A. Besant) e evolui através de sua
encarnação nela; sua evolução é estimulada quando um espírito da natureza se
encarrega de uma árvore (Vide Fairies at
Work and at Play, de G. Hodson). O primeiro efeito é o estímulo da
responsividade na consciência sonhadora da árvore. As brilhantes coruscações da
aura do espírito da natureza atuam continuamente sobre a consciência da árvore,
forçando-a, no curso do tempo, a uma tosca e fraca reprodução dentro de si
mesma destas vibrações. A verdadeira sensibilidade da árvore física a impactos
externos aumenta, e com isso aumenta a resposta da sua consciência a estes
impactos.
O espírito da natureza, sendo muito mais evoluído, parece
também agir como elo, ou canal, para energias de níveis superiores de
consciência, e assim preenche uma função que é um pálido reflexo daquilo que o
Ego é no homem, ou seja, uma lente, um foco, ou canal, entre o espírito e a
matéria. Isto é possível para o espírito da natureza porque ele já adquiriu
considerável medida de autoconsciência desperta, que é o fator essencial.
Pode ser dito que cada alma-grupo vegetal está sob
responsabilidade de um deva avançado, sob quem atuam os espíritos da natureza.
Este sistema hierárquico está em operação em todo o esquema de evolução dévica
até as fadas e os construtores de formas que atuam no reino vegetal, estando o
todo sob o controle do deva da alma-grupo. Ele, por sua vez, serve e obedece a
algum grande arcanjo de nosso reino vegetal terráqueo, o qual, conhecendo o
plano na mente do Logos, transmite suas instruções através de vários graus, até
mesmo às menores criaturas etéricas que constroem e animam a estrutura
material.
Pode ser que o trabalho do espírito da natureza sobre uma
árvore por um longo período de tempo seja um sacrifício, e constitua um meio de
evolução mais rápido, uma senda de serviço, de fato. Este, como todo verdadeiro
sacrifício, não causa nenhuma dor real, embora um senso de limitação possa
estar presente nos planos inferiores. Passando a residir em uma árvore, o
espírito da natureza parece unir-se a toda a vida celular da árvore, tornando
assim homogêneo o que era antes heterogêneo; pode, portanto, ser considerado
como uma expressão da alma da árvore, embora ao mesmo tempo seja uma entidade
separada.
Disto veremos quão íntima é a relação entre espírito da
natureza e árvore, e como a evolução de ambos é acelerada por esta estreita
'função Pitri' (Vide The Building of the
Cosmos, de A. Besant) [Pitri, pai, antepassado; há várias classes de
Pitris; aqui o autor mais provavelmente se refere aos "Pitris
lunares", os progenitores ou formadores dos princípios inferiores - duplo
etérico, prana, corpo astral e manas inferior - utilizados pelo homem
verdadeiro, a Mônada reencarnante, em sua evolução - fonte: Dicionário
Teosófico, de H.P.Blavatsky - NT]. Possivelmente por ocasião da morte de uma
árvore destas, seja pela sua idade ou pelo machado humano, o espírito da
natureza, livre de sua associação, carrega consigo os resultados evolucionários
da vida da árvore e fornece condições nas quais um processo de gestação pode
ter lugar, debilmente correspondendo àqueles da consciência devachânica e causal humanas.
Se o produto final da experiência é difundido através de
toda a alma-grupo vegetal ou é conservado, e reencarna com o mesmo espírito da
natureza em serviço, não sou capaz de dizer, embora eu imagine que a última
opção seja uma possibilidade nos casos de consciência vegetal altamente
avançada. Admiraria se um espírito da natureza pudesse não querer acompanhar a
alma-embrião até completamente dentro do reino animal, e mesmo até o humano.
Não sabemos o quão longe nossa relação com o reino dos espíritos da natureza
pode ser traçada.
Fonte: Livro O Reino Das Fadas – Geoffrey Hodson - Primeira
Edição em 1927 - The Theosophical
Publishing House - (Londres).
Olá Gratidão Gostaria de poder conversar no privado com vc Leony.
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